quarta-feira, 8 de maio de 2013

Indignação


INDIGNAÇÃO
Evelise Tellini Vontobel*

Sou arquiteta urbanista por formação, e tenho sempre o pensamento na cidade e em como pode melhorar. Voltei recentemente de Milão, onde passei uma semana usufruindo das benesses de uma cidade do primeiro mundo, onde se circula a pé até altas horas da noite sem riscos - um direito básico do cidadão que gera muito bem-estar às pessoas.
Quando voltei fiquei sabendo minha filha foi assaltada dentro de uma loja aqui em Porto Alegre, um amigo teve o carro roubado, uma pessoa da minha família presenciou um assalto à mão armada, uma amiga de minha filha foi assaltada e poucos dias depois eu soube de um assalto a uma farmárcia na rua Padre Chagas, uma das mais movimentadas da cidade.
Isso é um absurdo.
Dizem que acontece porque não temos policiais. Mas o que falta é planejamento, gestão e controle. Onde estão os PMs que já temos?
Sentados em gabinetes ou escondidos descansando porque fizeram um 'bico ' na noite passada para compensar o salário ridículo que recebem?
Então é só o governo contratar outros tantos. Mas para quê isso? Só para fingir que alguma coisa está sendo feita?
Novos policiais e novos carros. Nos primeiros dias todos saem pra rua ‘brincando de carrinho’, enquanto os carros mais velhos  são abandonados e ‘depenados’. 
Por que não existe manutenção dos antigos? País pobre tem que manter e não jogar fora comprar novo.
Até porque, depois de um tempo vai faltar dinheiro para o gasolina...
Este ciclo vicioso é nosso velho conhecido e não é a solução do problema. O que precisamos é seriedade, competência e comprometimento.
Hoje vivemos com incontáveis dúvidas. Qual é o projeto que temos para o problema da segurança? A população precisa saber disso. Quais são as causas dessa insegurança que tomou conta da nossa cidade? As comunidades já foram ouvidas? E qual o papel dessas comunidades para ajudar a implementar e manter estas ações?
Por que hoje muitas pessoas não vão às delegacias fazer os boletins de ocorrência? Porque sabem que de nada adianta sair atrás dos marginais e que se eles eventualmente forem presos, não há cadeia para todos. E ainda temos uma legislação benevolente, que solta os bandidos em pouco tempo.
O que saiu do destaque das manchetes e virou conversa de bar é um problema muito sério. E se não temos dinheiro para solucionar, podemos começar a buscar alternativas simples e eficientes com criatividade e inteligência.
Certamente existe um mapeamento das regiões com mais ocorrências. Será que não se pode começar por aí?  Será que não podemos ter pontos fixos de vigilância na cidade, que seriam do conhecimento da população e as comunidades (associações comunitárias e voluntários) ajudariam no controle da manutenção destes pontos sempre com policiamento?
E a ronda à pé nos bairros? Na minha infância – quando ainda se podia brincar na calçada - os PMs que circulavam no bairro eram  nossos conhecidos.
Temos de começar de algum modo. Sabemos que o problema da segurança pública é muito complexo e exige ações multidisciplinares, mas não podemos deixar esse problema evoluir de forma geométrica.
Algumas ações efetivas precisam ser tomadas, e isso deve ser feito já!

* arquiteta e urbanista


Impressões de Evelise Tellini Vontobel sobre Milão no Casa&Cia de Zero Hora


sábado, 4 de maio de 2013

Projeto Tellini Vontobel na capa do caderno Casa Decore

Trabalho realizado em condomínio na Zona Sul de Porto Alegre ganha duas páginas e capa da publicação do jornal Notícias do Dia, de Santa Catarina.